Eu há muito tempo não dormia bem, pesadelos chegavam na calada da noite e me faziam tremer no calor tropical da minha cidade. Eu estava psicologicamente destruído. Havia um tempo em que toda a felicidade emanava da minha face, hoje eu não estava disposto a nada. Não conseguia esquecer-la, e todos meus pensamentos me torturavam, eu estava em um beco sem saída e pendurado por uma corrente de desespero. Havia dias que eu conseguia escapar por algumas horas da minha incessante tortura mental, eram dias de chuva e aconchegantes, mas quando a noite caia sobre minha cabeça e o sono chegava na madrugada, eu estava outra vez em águas escuras e agonizantes. O que mais me torturava não era o fato de está só ou dos ocorridos que me colocaram nesses dias, mas sim as lembranças dos momentos bons, momentos felizes que eu havia conquistado e que me foi tirado, como se tira um nada de alguém. Eu havia perdido total esperança do conforto de outrora.   

Eu posso sentir seu corpo
Quando eu estou me deitando na cama
Há muita confusão
Passando pela minha cabeça

E isso me faz tão bravo
Saber que a chama ainda queima
Por que eu não posso ter?
Quando eu aprenderei?

Velho amor, me deixe só
Velho amor, vá para casa

Eu posso ver sua face
Mas eu sei que não é real
É apenas uma ilusão
Causada por como eu costumava sentir

E isso me faz tão bravo
Saber que a chama sempre queimará
Eu nunca terei
Eu sei agora que eu nunca aprenderei