sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Depois de você acreditar em algo, é difícil mudar o conceito do não verdade.
Eu esperava por anos na beira do mundo, e apenas recebia o escárnio, eu havia desistido de esperar.
Levantei-me e segui um caminho sem estradas, era uma árdua caminhada, mas fui em frente, ou melhor, fui em todas as direções.
Eu me tornava cada dia mais "curado" de uma ilusão temporária. 
Tinha me convencido que errei muitas vezes nesse último dois anos.
E estava certo, tinha feito más escolhas e as consequências batiam e latejavam no meu peito doído.
Eu esperava os dias passarem acreditando que chegaria algum tipo de conforto, mas estava enganado, nunca um raio caía duas vezes no mesmo lugar, ou na mesma pessoa.
Eu estava convencido que o tempo me traria coisas boas, mas não tinha certeza, me sentei e esperei algum tempo melhor.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Talvez eu quisesse algum tipo de fuga, algo que me tirasse de onde estava e me levasse para algum lugar ao sol. Eu me considerava perdido, mas no fundo sabia que tudo aquilo tinha que ocorrer para meu crescimento mental e, talvez quem sabe, espiritual me restruturasse.
Com alguns dias de pura meditação consegui um avanço nos meus pensamentos. Estava mais calmo e pensava com mais clareza. Estava começando um tipo de felicidade, isso já era alguma coisa.
Eu me empenhava em viver meus dias um de cada vez, e sempre tinha todo o tempo só para mim. Andava pelas praças à noite, e respirava e vivia o momento, era como eu me concentrar em algo e me empenhava para que tudo aquilo desse certo. Eu era solitário, mas já não importava tanto, fazia anos que convivia com isso, e sabia que seria assim por vários anos a mais. Estava me encontrando e isso era algo bom.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

“Tinha acabado um caso complicado com uma fulana que me deixou bastante arrasado. Perdi, por uns tempos, toda disposição por mulher. Em troca me concentrei em apostar nos cavalos, socar punheta e beber. Para usar de franqueza, me senti bem mais feliz desse jeito. E cada vez que me entregava a qualquer uma dessas três distrações, pensava, chega de mulheres, nunca mais, fodam-se. É claro que sempre aparecia uma nova – elas caçam a gente, por mais indiferente que seja. Acho até que, quanto maior a indiferença demonstrada, maior a insistência – é o prazer da vitória. Mulher gosta muito desses lances: quando vê resistência, trata logo de encontrar uma brecha.”

Charles Bukowski, no livro Crônica de um amor louco
Eu não acreditava, ou talvez não quisesse acreditar, que algumas pessoas trocavam momentos verdadeiros e puros por algo não concreto, algo que não existia e ninguém saberia se seria melhor ou não. Não entrava na minha cabeça que a vida de alguns eram vidinhas idiotas e que ilusões do exterior fossem as coisas melhores que podiam ser vividas. Eu me contentava com meu quarto, minha bebida, meus cigarros, música e livros. Gostava de ler, gostava de escrever, mesmo que minha vida não fosse um conto de um viajante de Hollywood, ou de um viajante espacial, eu era feliz e fazia meu dia se tornar o melhor possível. Esperava pouca coisa do futuro, não tinha tantas expectativas, mas vivia bem. Dormia tarde da noite escrevendo e me tornando mais insano, eu não acreditava que momentos felizes fossem para sempre, eu acreditava que tudo era passageiro, talvez pessoas conseguissem mais tempo sendo felizes antes de ficarem incrivelmente tristes, mas eu me perguntava o porquê de que comigo o tempo parecia voar quando eu estava feliz, talvez eu tivesse nascido com algum tipo de azar encrustado, talvez eu devesse pagar alguma coisa, não sei. Mas já estava acostumado com esse tipo de reviravolta na minha vida, então apenas aceitei.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Sozinho em uma estrada obscura, 
vagando por um caminho tortuoso e impiedoso.
Então, ao me avistar me leve com você.
Ao me avistar, não falhe na busca.
Eu sou apenas um andarilho em um caminho escuro.
Estou sentado esperando o momento certo de seguir,
e quando me arrastar pelos campos dourados,
estarei apenas com você.
Você foi o melhor que me aconteceu desde aquela impiedosa tempestade estrelar.

Então, apenas segure-me forte, pois partirei,
deixando o passado enterrado na encruzilhada, onde jamais retornarei .
Podemos vagar pelo espaço, assim que me tirá daqui.
Estou acorrentado a um lugar que já não me pertence.
E fico imaginando coisas que me fazem sofrer,
então, minha estrela azul, me leve, juro-te nunca mais voltar à Terra.
Já não és meu lar.
Sou um andarilho espacial, e vou a onde você me levar.
Estou há dias no meu quarto,
perdi a noção do tempo,
sem saber em qual dia estou ou que horas são.
Parece-me que não preciso disso por enquanto.
Quando não se tem objetivos o tempo não é tão importante como deveria ser.
Eu apenas escrevo para me manter sã, estou perdido em pensamentos vagos.
Não consigo um foco ou algum tipo de objetivo passageiro.
Minhas cartas foram jogadas e apostei tudo em uma mão que acreditava vencer,
me enganei, infelizmente.
Perdi tudo e fui deixado sem nada, vagando em turbilhões de pensamentos e desacreditado.
Escrevo, mas sem conexão, sem rima, sem amor. Desculpe-me se alguém ler algo assim, mas escrevo apenas para mim.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Mais uma vez estou aqui, depois de anos pensei que poderia me sentir melhor, feliz. Mas vejo que isso, a felicidade, não foi feita para mim. Não que eu seja triste, amargurado, fodido. Apenas não tenho a paz que todos encontram, estou sempre a procurar. Muitas vezes me prendo aos pensamentos e percebo que nada faz sentido, e que o amor é algo louco, frágil, e temporário. Amamos muitas pessoas e em diferentes épocas da nossa vida, chega a ser engraçado. Amamos diferentes estilos e somos forçados a mudar. As vezes as mudanças ocorrem sem que queiramos, mas fazer o quê?! 
Mas o que me conforta é saber que tudo passa, tudo é mutável, soube isso anos atrás, quando pensei que não suportaria a mudança, pobre e ingenuo eu fui, pois tudo mudou e fiquei extremamente feliz, foi algo simples, encantador, meu erro foi me sentir confortável demais, estagnei e pensei que seria duradouro. Ahh, que erro... Hoje, depois de anos, volto ao parâmetro zero, onde tudo começou, onde todos os meus medos começaram, mas estou bem satisfeito em saber que tudo passa. Primeiro devemos conhecer a escuridão para depois nos banharmos na luz. Eu já a conheci, e sei que apenas o tempo levará toda a escuridão embora, por hora me sinto confortável em escrever para ninguém, apenas escrevo para o vago, o nada.
Primeiro conhecemos a escuridão, depois a luz.
 

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